o hiato
entre eu e tu
uma vida
pairava quase o dia todo pensamento nos ínfimos momentos de visão, condensasse todos os momentos em um concreto minuto teria para recordar eternamente. busca do ponto e a inútil tentativa do fim ... tire-me daqui ... estar atada e imóvel, retrato falado em amarelo. enquanto buscam aqui, nada transcorre. muda. é de silêncio que se faz um amor
23.5.16
7.3.16
3.1.16
toada de carro de boi
a casa amanhece num silêncio cúmplice, em suas paredes brancas pulsam estilhaços de um coração viscerado de amor. formando uma trilha de coragem, gritam mãos, pés, pele que queima. renasce agora do medo, uma força ancestral de saias erguidas numa dança que desnuda todo seu desejo alvo. olhar que cai sobre o verde do chão, erige vida.
30.12.15
fale baixo ao amar
da grama
cama
dos amantes
detalhes em preto na porta branca
sussurros
sorrisos
em promessa urgente
os cegos que se levam
tateiam feridas antigas
são olhos atentos
ao inútil gigante
delicadeza imperceptível aos olhos sedentos de plateia
sonho é marca de giz em parede surda
cama
dos amantes
detalhes em preto na porta branca
sussurros
sorrisos
em promessa urgente
os cegos que se levam
tateiam feridas antigas
são olhos atentos
ao inútil gigante
delicadeza imperceptível aos olhos sedentos de plateia
sonho é marca de giz em parede surda
8.12.15
se fosse minha essa rua, pé de Ipê tava vivo
na greta do pé
caminhado pelas ruas daí
suspira a cada esquina
a busca
o deixo
motivo algum de amor e vivo
semente de choro e lua
subi e não vi
os olhos cegos de ter
o coração mudo de amar
é ilusão pra todo canto
é o puxar sem dar
e minha folga soterra o suspiro
o não crer
sei lá de onde vem esse nó que me engasga
aperta quando solta
e afrouxa quando entoa
GRITA e voa livre de prender
caminhado pelas ruas daí
suspira a cada esquina
a busca
o deixo
motivo algum de amor e vivo
semente de choro e lua
subi e não vi
os olhos cegos de ter
o coração mudo de amar
é ilusão pra todo canto
é o puxar sem dar
e minha folga soterra o suspiro
o não crer
sei lá de onde vem esse nó que me engasga
aperta quando solta
e afrouxa quando entoa
GRITA e voa livre de prender
16.10.15
colorindo a espera
à busca de miudezas
suas
meu desejo tece longos poemas
corre em traços delicados
pele
boca
olhos que não me vêem
desconhecida fonte
que queima sem o toque da manhã
afagáveis núvens em pensamento
espero
imagino
espero entre flores
colorindo
suas
meu desejo tece longos poemas
corre em traços delicados
pele
boca
olhos que não me vêem
desconhecida fonte
que queima sem o toque da manhã
afagáveis núvens em pensamento
espero
imagino
espero entre flores
colorindo
3.8.15
quando sei que te amo
quando entro nesse mundo,
que não é seu nem meu,
e te vejo
sinto minha alma se acomodar em mim
inflamada
que não é seu nem meu,
e te vejo
sinto minha alma se acomodar em mim
inflamada
22.7.15
de seu orgulho, CORTE a vida
Anoiteceu verde
olhos avermelhados
ouvir o que foi escrito
cortou a carne de sua alma
poros saídos de poesia
faz a forma frágil
resistêcia
sopro
do horizonte comemos a névoa
perdeu-se
amor
olhos avermelhados
ouvir o que foi escrito
cortou a carne de sua alma
poros saídos de poesia
faz a forma frágil
resistêcia
sopro
do horizonte comemos a névoa
perdeu-se
amor
21.7.15
até breve
hoje acordei triste
como um prenúncio
a vida que foi longa
parece frágil
palavras não ditas
com urgência ressonante
o dia de amanhã não virá
lembraremos da história
até apagarmos
nada que eu diga nesse momento elimina a perda de quem chora
mas há uma parte naquela tarde que passamos ao seu lado
brincávamos enquanto ela sorria
crescíamos enquanto ela vivia
como um prenúncio
a vida que foi longa
parece frágil
palavras não ditas
com urgência ressonante
o dia de amanhã não virá
lembraremos da história
até apagarmos
nada que eu diga nesse momento elimina a perda de quem chora
mas há uma parte naquela tarde que passamos ao seu lado
brincávamos enquanto ela sorria
crescíamos enquanto ela vivia
6.7.15
amor
manta que se tece em poesia
perfume do tempo aos corpos desnudos
semente fecunda em barro fresco
chego a ti
em cortejo e segredos
sussura arrepio
na luz do dia
perfume do tempo aos corpos desnudos
semente fecunda em barro fresco
chego a ti
em cortejo e segredos
sussura arrepio
na luz do dia
23.5.15
17.5.15
já
madrugada
as fitas são cinzas
consumo a lembrança
e tudo recomeça
há tanta vida
silêncio
sentimento que desminto
em sua sensação
olhar turvo
perdeu o norte de sua rosa
nem mais acredito
minha mão espera sua guia
as fitas são cinzas
consumo a lembrança
e tudo recomeça
há tanta vida
silêncio
sentimento que desminto
em sua sensação
olhar turvo
perdeu o norte de sua rosa
nem mais acredito
minha mão espera sua guia
7.5.15
écolière
hoje
no caminho que passava
sem poder parar
vi
olhar enterrado em teclados mínimos
e tela
cabelo de cor sem expressar
era sorriso antigo
que nunca segure panelas
no caminho que passava
sem poder parar
vi
olhar enterrado em teclados mínimos
e tela
cabelo de cor sem expressar
era sorriso antigo
que nunca segure panelas
12.4.15
cambio
saudade em rimas
caminho de sorrisos largos e sol
sou aqui
e o país
ali
palavras
palavras
palavras
palavras
suporto o peso do mundo
nos livros que carrego
caminho de sorrisos largos e sol
sou aqui
e o país
ali
palavras
palavras
palavras
palavras
suporto o peso do mundo
nos livros que carrego
18.3.15
24.2.15
carta ao Brasil
a pele que vejo refletida no traço da tela está envelhecida,como nossos sonhos que deixamos perder entre os gritos. já não brilho os olhos à paixão e nem persisto na tenacidade da aventura. sou isso que se fez e continua. vivo num silêncio piedoso. os encontros, amorosos. compreendo pouco e nada permanece dolorido em mim. agora já não somos mais aquilo e jamais voltaremos, mas carregamos tudo o que fomos. hoje. nenhuma palavra posso dizer, tampouco essa que deseja ouvir. tudo o que pode saber é que todos os dias se afirmam no único, amor!
13.1.15
... e eu
eu que queria viver de poesia
nasci com os olhos arregalados
como radar que percebe o intruso
sou isso
dor distorcida em poema
em sobrevoo livre
e mantida à ferros
barro invisível
odiado ao secar na roupa
fonte da vida
almejava ser o que nasci pra ser
poesia
é nisso que me transformo
é disso que me valho
sobre-viver
nasci com os olhos arregalados
como radar que percebe o intruso
sou isso
dor distorcida em poema
em sobrevoo livre
e mantida à ferros
barro invisível
odiado ao secar na roupa
fonte da vida
almejava ser o que nasci pra ser
poesia
é nisso que me transformo
é disso que me valho
sobre-viver
8.1.15
amei
e não deu tempo de perceber
vivi séculos em semanas
e antes anos
e nem viu
sem tempo pra mostrar
correu afoita para os braços daquele que se mostra forte
não
percorri meus sonhos mais cristalinos
sem que você permitisse ser a fagulha de toda chama
nem linha
nem céu
morri na fantasia
ergue-se
divina e criação
cheiro de sorriso
fêmea
sertão
vivi séculos em semanas
e antes anos
e nem viu
sem tempo pra mostrar
correu afoita para os braços daquele que se mostra forte
não
percorri meus sonhos mais cristalinos
sem que você permitisse ser a fagulha de toda chama
nem linha
nem céu
morri na fantasia
ergue-se
divina e criação
cheiro de sorriso
fêmea
sertão
29.12.14
12.12.14
desabafo
eu queria me apaixonar!
uma vez ao menos
e o objeto de minha paixão se tornar real
queria que a poesia que me desse permanecesse translúcida
sem se quebrar como vidro
frágil
queria continuar a conversa
sem ver o todo erguido e sustentado revelar-se espelho
queria apenas apreciar a existência do outro em toda sua imperfeição
plenitude
e continuar absorta em um amor que floresceria
imperfeita
vil
para se realizar nessa única vida
eu
dedicação sem forma ou hora
visgo prenhe pelas paredes e salas
quartos e descampados
juraria tudo o que nem tenho ou terei
e seria enfim
(a água do café ferveu)
uma vez ao menos
e o objeto de minha paixão se tornar real
queria que a poesia que me desse permanecesse translúcida
sem se quebrar como vidro
frágil
queria continuar a conversa
sem ver o todo erguido e sustentado revelar-se espelho
queria apenas apreciar a existência do outro em toda sua imperfeição
plenitude
e continuar absorta em um amor que floresceria
imperfeita
vil
para se realizar nessa única vida
eu
dedicação sem forma ou hora
visgo prenhe pelas paredes e salas
quartos e descampados
juraria tudo o que nem tenho ou terei
e seria enfim
(a água do café ferveu)
6.12.14
meu amor continua intacto
há um mar que nos separa
e daí
não pode ouvir meus soluços
busca
em seu olhar obtuso
a saída de sí
e daí
não pode ouvir meus soluços
busca
em seu olhar obtuso
a saída de sí
22.10.14
24.7.14
7.7.14
16.6.14
4.5.14
do fim da fortuna
gostaria de buscar as palavras mais leves e lindas para transformar toda essa dor naquela beleza que sempre vi, não acho. toda a infinita fonte de belas letras virou areia, agora, só o vento que espalha esse nada no infinito. meu laiá-laiá de despedida. toda pedra vira poeira, eu não seria diferente
24.4.14
14.4.14
31.3.14
uma onda
o que é necessário
além de nossas lágrimas
do amor
nada
sobra
o aperto
a confusão versátil
das palavras que não se contém
e ainda seguimos
além de nossas lágrimas
do amor
nada
sobra
o aperto
a confusão versátil
das palavras que não se contém
e ainda seguimos
27.3.14
19.3.14
17.3.14
e dessa gangorra do vou para quem dá mais
esgota-se o último suspiro
da incerteza fez-se um jardim
equilíbrio enraizado
espíritoluz
nenhuma palavra será devorada em madrugadas sufocada.mente apaixonantes
liberto-me
13.3.14
do fato [quando não há escolha]
não há mais ao lado
apenas o ponto incompartilhável
e só
trocada as carícias
e o lençol
silêncio
caminho
princípio e chegada
o irrealizável
segue olhar e esperança
de toda existência
não se firmar em outro
apenas o ponto incompartilhável
e só
trocada as carícias
e o lençol
silêncio
caminho
princípio e chegada
o irrealizável
segue olhar e esperança
de toda existência
não se firmar em outro
2.2.14
como saber o que sinto?
recolho-me em meu infinito
silêncio
e o universo está em caos-equilíbrio
nada de promessas
nada de suspiros
encontro você em meus pensamentos
desejo
dos infinitos beijos em sorrisos
dos gemidos tomados pelo passeio longo
vontade
que percorre seu corpo
há de ser firme
querer
e não escolher
recolho-me em meu infinito
silêncio
e o universo está em caos-equilíbrio
nada de promessas
nada de suspiros
encontro você em meus pensamentos
desejo
dos infinitos beijos em sorrisos
dos gemidos tomados pelo passeio longo
vontade
que percorre seu corpo
há de ser firme
querer
e não escolher
3.12.13
18.10.13
12.10.13
28.9.13
22.9.13
à salvo
nada ainda foi dito
escorremos pela enxurrada
corações em bóias
nada nunca a dizer
estalamos em deserto
corações a sombra
querer?
flutuaremos em meio ao vendaval
nem água
nem terra
faz coração dilatar
escorremos pela enxurrada
corações em bóias
nada nunca a dizer
estalamos em deserto
corações a sombra
querer?
flutuaremos em meio ao vendaval
nem água
nem terra
faz coração dilatar
18.9.13
9.9.13
coração em mim
pés descalços
e cortes
suspiros idos
em caminho aberto
não mais cavalos em pasto
singular e só
de volta ao lar
tentei cantar aquela música
mas a boca nunca diz o que se quer dizer
veste-se de silêncio
tudo corre a seu contento
e cortes
suspiros idos
em caminho aberto
não mais cavalos em pasto
singular e só
de volta ao lar
tentei cantar aquela música
mas a boca nunca diz o que se quer dizer
veste-se de silêncio
tudo corre a seu contento
30.7.13
2.7.13
13.6.13
22.12.09
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