13.1.15

... e eu

eu que queria viver de poesia
nasci com os olhos arregalados
como radar que percebe o intruso

sou isso
dor distorcida em poema
em sobrevoo livre
e mantida à ferros

barro invisível
odiado ao secar na roupa
 fonte da vida

almejava ser o que nasci pra ser
poesia
é nisso que me transformo
é disso que me valho

sobre-viver