eu que queria viver de poesia
nasci com os olhos arregalados
como radar que percebe o intruso
sou isso
dor distorcida em poema
em sobrevoo livre
e mantida à ferros
barro invisível
odiado ao secar na roupa
fonte da vida
almejava ser o que nasci pra ser
poesia
é nisso que me transformo
é disso que me valho
sobre-viver