15.8.17

nunca, o amor

pela melodia intrusa
canto de sereia
dissipa
em boca cerrada
do teu viço
areia de vento
espalha

27.6.17

espanador

os gritos ecoaram pelo tempo dos livros
surdos
flama atravessada em corpo
esquecido
poeira de raiva repousada desaparece na brisa da renúncia
[i]móveis


os dias passam suaves através de suas plumas


5.11.16

presente

uns falam de carne
outros, espírito
amor não se conjuga no futuro
nem passoa há, passado
se recebe




presente

uns falam de carne
outros, espírito
amor não se conjuga no futuro
nem passoa há, passado
se recebe




3.10.16

declaro

Há um sentimento que se renova em mim a cada dia. Às vezes é como chuva que se forma em fim de tarde de verão. Outras, uma brisa fresca à beira mar. Nossa história é que me interessa. Sua voz que me acalma quando saio dessa esfera. O alcance de nossa promessa. Nosso salto. É a certeza do caminho que se abre e já não me sinto só. Você é a força e a risada brincalhona. Você é a cor e a suavidade do sonho. Sou feliz e plena, sem ter que saber do amanhã. O hoje é tudo que temos e o nosso cuidado faz a semente germinar. O futuro é o infinito que se abre e ao seu lado sou confiante. Tudo que sinto agora faz-me atual e tua. Somos amor e ação!

24.8.16

eterno

momento silencioso
que paira meu olhar no fundo do seu
amor

invisível certeza de estar
acolhida

28.5.16

Vida, seu domínio tem me feito mudar


A cada riso, prosa
A cada saber, poesia
subo ao que não se aprofunda e
o olhar que respira a cada momento
Sonho

23.5.16

palavras fora

o hiato
entre eu e tu
uma vida

pairava quase o dia todo pensamento nos ínfimos momentos de visão, condensasse todos os momentos em um concreto minuto teria para recordar eternamente. busca do ponto e a inútil tentativa do fim ... tire-me daqui ... estar atada e imóvel, retrato falado em amarelo. enquanto buscam aqui, nada transcorre. muda. é de silêncio que se faz um amor

7.3.16

 e a cada vez que ama reafirma a solidão

3.1.16

toada de carro de boi

a casa amanhece num silêncio cúmplice, em suas paredes brancas pulsam estilhaços de um coração viscerado de amor.  formando uma trilha de coragem, gritam mãos, pés, pele que queima. renasce agora do medo, uma força ancestral de saias erguidas numa dança que desnuda todo seu desejo alvo. olhar que cai sobre o verde do chão, erige vida.

30.12.15

fale baixo ao amar

da grama
cama
dos amantes
detalhes em preto na porta branca

sussurros
sorrisos
em promessa urgente

os cegos que se levam
tateiam feridas antigas

são olhos atentos
ao inútil gigante

delicadeza imperceptível aos olhos sedentos de plateia

sonho é marca de giz em parede surda

8.12.15

se fosse minha essa rua, pé de Ipê tava vivo

na greta do pé
caminhado pelas ruas daí
suspira a cada esquina

a busca
o deixo
motivo algum de amor e vivo

semente de choro e lua
subi e não vi
os olhos cegos de ter
o coração mudo de amar

é ilusão pra todo canto
é o puxar sem dar
e minha folga soterra o suspiro

o não crer
sei lá de onde vem esse nó que me engasga
aperta quando solta
e afrouxa quando entoa

GRITA e voa livre de prender


16.10.15

colorindo a espera

à busca de miudezas
suas
meu desejo tece longos poemas
corre em traços delicados
pele
boca
olhos que não me vêem
desconhecida fonte
que queima sem o toque da manhã
afagáveis núvens em pensamento
espero
imagino
espero entre flores
colorindo

3.8.15

quando sei que te amo

quando entro nesse mundo,
que não é seu nem meu,
e te vejo
sinto minha alma se acomodar em mim
inflamada

22.7.15

de seu orgulho, CORTE a vida

Anoiteceu verde
olhos avermelhados
ouvir o que foi escrito
cortou a carne de sua alma

poros saídos de poesia
faz a forma frágil
resistêcia

sopro

do horizonte comemos a névoa
perdeu-se
amor

21.7.15

até breve

hoje acordei triste
como um prenúncio

a vida que foi longa
parece frágil

palavras não ditas
com urgência ressonante

o dia de amanhã não virá
lembraremos da história
até apagarmos

nada que eu diga nesse momento elimina a perda de quem chora

mas há uma parte naquela tarde que passamos ao seu lado
brincávamos enquanto ela sorria
crescíamos enquanto ela vivia


6.7.15

amor

manta que se tece em poesia
perfume do tempo aos corpos desnudos
semente fecunda em barro fresco

chego a ti
em cortejo e segredos

sussura arrepio
na luz do dia

23.5.15

do inesperado

cores

na delicadeza florida
[re]ocupa aridez





olhar
morada do amor

17.5.15

madrugada
as fitas são cinzas
consumo a lembrança
e tudo recomeça

há tanta vida
silêncio

sentimento que desminto
em sua sensação
olhar turvo
perdeu o norte  de sua rosa

nem mais acredito








minha mão espera sua guia

7.5.15

écolière

hoje
no caminho que passava
sem poder parar
vi
olhar enterrado em teclados mínimos
e tela
cabelo de cor sem expressar
era sorriso antigo

que nunca segure panelas

12.4.15

cambio

saudade em rimas
caminho de sorrisos largos e sol
sou aqui
e o país 

ali



palavras 

palavras

palavras


palavras




suporto o peso do mundo
nos livros que carrego

18.3.15

fazia
se já
afogamento

o amor de tanto
submerso
teimava em transbordar

uma memória que não finda
a esperança que jamais desbota

espera

24.2.15

carta ao Brasil

a pele que vejo refletida no traço da tela está envelhecida,como nossos sonhos que deixamos perder entre os gritos. já não brilho os olhos à paixão e nem persisto na tenacidade da aventura. sou isso que se fez e continua. vivo num silêncio piedoso. os encontros, amorosos. compreendo pouco e nada permanece dolorido em mim. agora já não somos mais aquilo e jamais voltaremos, mas carregamos tudo o que fomos. hoje. nenhuma palavra posso dizer, tampouco essa que deseja ouvir. tudo o que pode saber é que todos os dias se afirmam no único, amor!

13.1.15

... e eu

eu que queria viver de poesia
nasci com os olhos arregalados
como radar que percebe o intruso

sou isso
dor distorcida em poema
em sobrevoo livre
e mantida à ferros

barro invisível
odiado ao secar na roupa
 fonte da vida

almejava ser o que nasci pra ser
poesia
é nisso que me transformo
é disso que me valho

sobre-viver

8.1.15

amei

e não deu tempo de perceber
vivi séculos em semanas
e antes anos
e nem viu

sem tempo pra mostrar

correu afoita para os braços daquele que se mostra forte
não

percorri meus sonhos mais cristalinos
sem que você permitisse ser a fagulha de toda chama
nem linha
nem céu

morri na fantasia

ergue-se
divina e criação
cheiro de sorriso
fêmea

sertão

29.12.14

qualquer


quando ferida é rasgo não há dreno que acalente
dói
come-se quirera fria dos sonhos e insólitas falsas sutilezas
sentencia e cai

é no abismo silêncio a moradia do amor

12.12.14

desabafo

eu queria me apaixonar!
uma vez ao menos
e o objeto de minha paixão se tornar real
queria que a poesia que me desse permanecesse translúcida
sem se quebrar como vidro
frágil
queria continuar a conversa
sem ver o todo erguido e sustentado revelar-se espelho
queria apenas apreciar a existência do outro em toda sua imperfeição
plenitude
e continuar absorta em um amor que floresceria
imperfeita
vil
para se realizar nessa única vida

eu

dedicação sem forma ou hora
visgo prenhe pelas paredes e salas
quartos e descampados
juraria tudo o que nem tenho ou terei
e seria enfim


(a água do café ferveu)

6.12.14

meu amor continua intacto

há um mar que nos separa
e daí
não pode ouvir meus soluços

busca

em seu olhar obtuso
a saída de sí

22.10.14

do vazio


[que]
me deste
dia novo
[que]
sigo mar afora


















lê lê ô saudade

7.7.14

abismo

entre o que vejo                   o que se mostra

16.6.14

despeço-me

das vezes
em que me privaste
do amor que nunca teve

4.5.14

do fim da fortuna

gostaria de buscar as palavras mais leves e lindas para transformar toda essa dor naquela beleza que sempre vi, não acho. toda a infinita fonte de belas letras virou areia, agora, só o vento que espalha esse nada no infinito. meu laiá-laiá de despedida. toda pedra vira poeira, eu não seria diferente

24.4.14

2º amor

a música
perdi antes


















a poesia
depois

14.4.14

~ amor



coração e garganta
confundidos num aperto

lágrimas que os olhos são

31.3.14

uma onda

o que é necessário
além de nossas lágrimas
do amor
nada

sobra
o aperto
a confusão versátil
das palavras que não se contém


e ainda seguimos

27.3.14

quintall

grama aparada
paredes floridas
ar nos pulmões
caminho aberto
dor esquecida


19.3.14

ela

faz bem
eu sei

tristeza

sou eu
não foi

adiante

17.3.14

e dessa gangorra do vou para quem dá mais


esgota-se o último suspiro
da incerteza fez-se um jardim
equilíbrio enraizado 
espíritoluz

nenhuma palavra será devorada em madrugadas sufocada.mente apaixonantes

liberto-me

13.3.14

do fato [quando não há escolha]

não há mais ao lado
apenas o ponto incompartilhável
e só

trocada as carícias
e o lençol
silêncio

caminho
princípio e chegada
o irrealizável

segue olhar e esperança
de toda existência
não se firmar em outro

2.2.14

como saber o que sinto?
recolho-me em meu infinito
silêncio
e o universo está em caos-equilíbrio

nada de promessas
nada de suspiros

encontro você em meus pensamentos
desejo
dos infinitos beijos em sorrisos
dos gemidos tomados pelo passeio longo
vontade
que percorre seu corpo

há de ser firme
querer
e não escolher



aquele silêncio
incomodante
fazia com que todos pensassem
em si
suas inquietudes
sempre fazia isso
mostrava a todos
suas feridas
e estava ali
as feridas abertas
e palavras que diziam o que não queriam ouvir
nasceria infinitamente
até que todos pudessem
e sua mãe
sorriu
se
por um instante
tivesse se feito presente na languidez do momento
poderia ter sido amando
sempre

1.2.14

solidão em abita
cordão
telhado
e pena de meu silêncio
carrega minhas raízes
esquece minha dor


3.12.13

18.10.13

e
se não nos víssemos
nãomais
e a fagulha estalada chance do trovão
perdêssemos
estaríamos nadamais
se

12.10.13

28.9.13

a vida é um ballet em terreno insólito
passos por escombros
construções em ponta
olhar e giro
em meio ao que não vemos

o amor

há de se ter coragem para tê-lo em dança

22.9.13

à salvo

nada ainda foi dito
escorremos pela enxurrada
corações em bóias

nada nunca a dizer
estalamos em deserto
corações a sombra

querer?
flutuaremos em meio ao vendaval
nem água
nem terra
faz coração dilatar


18.9.13

cama

espaço infinito
entre
partes de mim

9.9.13

coração em mim

pés descalços
e cortes
suspiros idos
em caminho aberto
não mais cavalos em pasto
singular e só

de volta ao lar

tentei cantar aquela música
mas a boca nunca diz o que se quer dizer
veste-se de silêncio

tudo corre a seu contento

30.7.13

apito

em dia gelado
o trem que atravessa colina
percorre minha cozinha
estação

dissemos o não
agora, pois

então

2.7.13

guarda

[09-13]
235

13.6.13

e se o amor, flor

























flor que não requer cuidado, plástico



 




















amor que nasce perfeito, simulado

22.12.09

arquiva

[08-09]
272