8.1.15

amei

e não deu tempo de perceber
vivi séculos em semanas
e antes anos
e nem viu

sem tempo pra mostrar

correu afoita para os braços daquele que se mostra forte
não

percorri meus sonhos mais cristalinos
sem que você permitisse ser a fagulha de toda chama
nem linha
nem céu

morri na fantasia

ergue-se
divina e criação
cheiro de sorriso
fêmea

sertão

29.12.14

qualquer


quando ferida é rasgo não há dreno que acalente
dói
come-se quirera fria dos sonhos e insólitas falsas sutilezas
sentencia e cai

é no abismo silêncio a moradia do amor

12.12.14

desabafo

eu queria me apaixonar!
uma vez ao menos
e o objeto de minha paixão se tornar real
queria que a poesia que me desse permanecesse translúcida
sem se quebrar como vidro
frágil
queria continuar a conversa
sem ver o todo erguido e sustentado revelar-se espelho
queria apenas apreciar a existência do outro em toda sua imperfeição
plenitude
e continuar absorta em um amor que floresceria
imperfeita
vil
para se realizar nessa única vida

eu

dedicação sem forma ou hora
visgo prenhe pelas paredes e salas
quartos e descampados
juraria tudo o que nem tenho ou terei
e seria enfim


(a água do café ferveu)

6.12.14

meu amor continua intacto

há um mar que nos separa
e daí
não pode ouvir meus soluços

busca

em seu olhar obtuso
a saída de sí

22.10.14

do vazio


[que]
me deste
dia novo
[que]
sigo mar afora


















lê lê ô saudade

7.7.14

abismo

entre o que vejo                   o que se mostra

16.6.14

despeço-me

das vezes
em que me privaste
do amor que nunca teve

4.5.14

do fim da fortuna

gostaria de buscar as palavras mais leves e lindas para transformar toda essa dor naquela beleza que sempre vi, não acho. toda a infinita fonte de belas letras virou areia, agora, só o vento que espalha esse nada no infinito. meu laiá-laiá de despedida. toda pedra vira poeira, eu não seria diferente

24.4.14

2º amor

a música
perdi antes


















a poesia
depois

14.4.14

~ amor



coração e garganta
confundidos num aperto

lágrimas que os olhos são

31.3.14

uma onda

o que é necessário
além de nossas lágrimas
do amor
nada

sobra
o aperto
a confusão versátil
das palavras que não se contém


e ainda seguimos

27.3.14

quintall

grama aparada
paredes floridas
ar nos pulmões
caminho aberto
dor esquecida


19.3.14

ela

faz bem
eu sei

tristeza

sou eu
não foi

adiante

17.3.14

e dessa gangorra do vou para quem dá mais


esgota-se o último suspiro
da incerteza fez-se um jardim
equilíbrio enraizado 
espíritoluz

nenhuma palavra será devorada em madrugadas sufocada.mente apaixonantes

liberto-me

13.3.14

do fato [quando não há escolha]

não há mais ao lado
apenas o ponto incompartilhável
e só

trocada as carícias
e o lençol
silêncio

caminho
princípio e chegada
o irrealizável

segue olhar e esperança
de toda existência
não se firmar em outro

2.2.14

como saber o que sinto?
recolho-me em meu infinito
silêncio
e o universo está em caos-equilíbrio

nada de promessas
nada de suspiros

encontro você em meus pensamentos
desejo
dos infinitos beijos em sorrisos
dos gemidos tomados pelo passeio longo
vontade
que percorre seu corpo

há de ser firme
querer
e não escolher



aquele silêncio
incomodante
fazia com que todos pensassem
em si
suas inquietudes
sempre fazia isso
mostrava a todos
suas feridas
e estava ali
as feridas abertas
e palavras que diziam o que não queriam ouvir
nasceria infinitamente
até que todos pudessem
e sua mãe
sorriu
se
por um instante
tivesse se feito presente na languidez do momento
poderia ter sido amando
sempre

1.2.14

solidão em abita
cordão
telhado
e pena de meu silêncio
carrega minhas raízes
esquece minha dor


3.12.13

18.10.13

e
se não nos víssemos
nãomais
e a fagulha estalada chance do trovão
perdêssemos
estaríamos nadamais
se

12.10.13

28.9.13

a vida é um ballet em terreno insólito
passos por escombros
construções em ponta
olhar e giro
em meio ao que não vemos

o amor

há de se ter coragem para tê-lo em dança

22.9.13

à salvo

nada ainda foi dito
escorremos pela enxurrada
corações em bóias

nada nunca a dizer
estalamos em deserto
corações a sombra

querer?
flutuaremos em meio ao vendaval
nem água
nem terra
faz coração dilatar


18.9.13

cama

espaço infinito
entre
partes de mim

9.9.13

coração em mim

pés descalços
e cortes
suspiros idos
em caminho aberto
não mais cavalos em pasto
singular e só

de volta ao lar

tentei cantar aquela música
mas a boca nunca diz o que se quer dizer
veste-se de silêncio

tudo corre a seu contento

30.7.13

apito

em dia gelado
o trem que atravessa colina
percorre minha cozinha
estação

dissemos o não
agora, pois

então

2.7.13

guarda

[09-13]
235

13.6.13

e se o amor, flor

























flor que não requer cuidado, plástico



 




















amor que nasce perfeito, simulado

22.12.09

arquiva

[08-09]
272